terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Só os humildes lideram com eficácia‏

Marcelo Quirino
Liderança é uma arte científica. Liderar par Deus é um dom de Deus. Não é suficiente querer ser líder de algum ministério. É preciso ter um chamado de Deus, quando se trata da obra de Deus. Só os espirituais vão entender este chamado. Mas esse dom precisa ser desenvolvido e aprimorado. Significa que seu oficio é aprendido e desenvolvido. Contudo, tem um toque de arte e de pessoalidade nesse fenômeno, o que distingue um líder e forma as suas características com os pontos fracos e fortes.
A liderança requer princípios básicos a serem desenvolvidos pelo pretenso líder tais como a capacidade da influência, a habilidade comunicacional, a competência em ler pessoas e fatos, a envergadura da autoridade e do poder, dentre outros.
Tudo isto, tem dois aspectos: O primeiro é a liderança nata, vinda da parte de Deus, e que também precisa ser aperfeiçoada. O segundo é que há habilidades que só adquirimos exercitando com aprendizagem. Aí que mais do que tudo entra a humildade. Deus é sábio. Se deixa tudo pronto, ficamos exaltados e não daremos o devido valor à Deus.
A dimensão artística em cada ser humano é um fato que só pode ser explicado como algo divino. Contém um aspecto não aprendido em teoria, pois é um conhecimento criado, inventado, mas que vem de dentro para fora muito intensamente. A arte é um oficio de expressividade da alma humana através de um meio específico que forma uma invenção. Como explicar tantos presentes que Deus coloca dentro do homem para expressar e crescer?
Assim, Ministrar com eficácia é uma função que requer mais do que o mero acúmulo de conhecimentos, o que teria a ver com técnica. Técnica é sempre quando exclusivamente um acúmulo de conhecimentos é necessário para desempenhar uma atividade.
A liderança requer que o líder adapte todo esse conhecimento em sua história e em sua personalidade. Tudo o que é aprendido precisa ser amoldado a fim de que o que é técnica se transforme em práxis, isto é, só pela prática se aprende a teoria, que é individualizada para lograr eficácia. O conhecimento ao mesmo tempo forma, é formado e reformulado.
Mas acima de tudo, para o mundo ministerial, liderar ainda é um fenômeno espiritual. Significa que nossa autoridade superior precisa aprovar, separar e nos indicar para um rebanho. Caso contrário, toda técnica e ou prática serão estéreis. Isso é fato óbvio para nós.
Mas enfim o que todas essas dimensões da liderança têm em comum? Um aspecto único. Um valor comportamental é uma condição "sine qua non" para o autodesenvolvimento da capacidade de influenciar. A humildade precisa estar presente em todas as fases da liderança
Humildade vem do Latim humus que significa ‘terra'. Sem discutir fielmente a etimologia, resta nos saber que esse elemento fica sempre abaixo de nossos pés, o que já traz uma dimensão exata do que esse valor nos exige. Sem simplismos, é claro.
Para ser líder, ministro do Senhor, há um caminho a percorrer. E para alcançar a humildade, o líder precisará de 3 posturas. Isso porque há um conhecimento a se adquirir, um comportamento a moldar, uma autoridade espiritual a se conquistar e uma arte a desenvolver. Como fazer tudo isso sem considerar a necessidade de automutilação caracteriológica para uma formação pessoal?
Humildade para abandonar comportamentos ineficazes. Humildade para suportar autocríticas. Humildade para mudar rumo a um estado de maior capacidade de influência. Não por acaso, humildade foi o maior ensinamento do mestre. Amar os outros como a si mesmo é expressão máxima da humildade e da autodoação.
Primeiro o líder precisa saber que para liderar, terá que sair de um estado sociopsíquico-espiritual rumo a outro estado. Ser líder é, portanto uma transformação e com tal precisará abandonar e incorporar aspectos à sua personalidade. Só é possível alcançar um estado-fim através de um processo-meio. E para que esse processo-meio funcione, a humildade opera.
Segundo, é saber que liderar não é um estado-permanente. Isso porque os grupos diferem, seus contextos idem e as pessoas nem se falam. Logo, a capacidade de manter-se líder precisa ser aprimorada e para tal, será necessária a incorporação constante de novas habilidades e competências.
Essencialmente , para que o ministro adicione uma dose extra de humildade em si, ele precisará de muita oração e zelar pelo que foi lhe dado. Deve sempre fazer o melhor, por que é para DEUS, não para homens. Só pela muita oração e súplica é que o Senhor se compadece do líder. Só com muita oração é que o ministro conseguirá estar no lugar onde deve estar para liderar melhor: no chão, ali logo abaixo de seus liderados. Árduo? Sem comentários.

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