Ursula Ziegler
Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo. Lucas 12:7, NVI
Ninguém gostava das sextas-feiras no escritório. As coisas podiam ser deixadas de lado nos outros dias da semana, mas no último dia útil não havia escolha, a não ser lidar com a logística e os embarques. Tudo precisava ser despachado. Numa determinada sexta-feira eu já estava com fome às 9 horas da manhã, e isso era incomum para mim. O tempo voou enquanto eu trabalhava, mas por volta do meio-dia a fome fazia doer meu estômago.
Não era possível fazer um intervalo para o almoço – eu tinha que me esquecer disso. Consolei-me com o pensamento de que teria um bom jantar naquela noite. O trabalho não parava. O telefone tocava o tempo todo. De repente, era meu marido ao telefone. Disse que me buscaria no trabalho uma hora depois do horário costumeiro. Ele precisava ver alguma coisa no hospital. Era urgente.
Fiquei exasperada. A fome quase me matava, e eu precisaria esperar mais uma hora. O telefone estava tocando quando finalmente entramos em casa. Era alguém do hospital perguntando se meu marido podia voltar, porque eles haviam se esquecido de pedir que ele assinasse alguns papéis. Voltar para lá de novo, não! E o jantar? Por alguma razão, acompanhei meu marido, mas fiquei doida com o pessoal incompetente do hospital. A fome doía mesmo àquela altura.
No hospital, uma enfermeira nos contou que o médico que tinha os papéis a ser assinados tinha sido chamado para uma cirurgia de emergência. Pediram que esperássemos. Meu esposo era o responsável pelos negócios de uma senhora idosa que deveria ser operada na manhã seguinte. Decidi passar o tempo de espera junto ao seu leito. Eu a encontrei desalentada, chorando e tremendo. Por duas horas, procurei confortá-la e encorajá-la. Aos poucos, ela se acalmou e colocou a vida nas mãos de Deus. Nesse momento, o médico chegou e meu esposo assinou os papéis.
A caminho de casa, percebi por que, em primeiro lugar, o médico se havia esquecido de mandar assinar os papéis. Era plano de Deus! Jesus, nosso Salvador, tinha visto a necessidade da senhora idosa e me enviou para consolá-la, a fim de que ela pudesse enfrentar a cirurgia com esperança.
Nada acontece – nem um único fio de cabelo cai da nossa cabeça – sem que Deus o registre. Deus sabe de tudo. Ele sabia onde eu era necessária. E eu não mais estava com fome. Louvado seja o Senhor do Céu, que vê e dirige tudo!
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